sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cadê Os Seus Cravos ?


De fato é impossível alguém sair do deserto sem cicatrizes. O deserto é passageiro e quando saímos dele o Senhor faz questão de deixar registrado em nós que estivemos por lá.
Visto os Judeus, que até hoje acompanham a Páscoa com a tradição de comerem ervas amargas para lembrarem-se dos tempos difíceis de seus antepassados.
No Evangelho de João, Jesus após a ressurreição mostra os furos dos cravos em suas mãos mostrando que a sua peregrinação também lhe renderam marcas.
É bom sentar em frente ao computador e ver alguns textos que escrevi nos meus momentos “barra pesada”. Aumentam meu temor e parece até que tem borboletas no meu estômago de tanta gratidão!
Mesmo com a pele escurecida pelo sol do deserto eu vejo tão clara a prova do Seu amor não me deixando morrer por lá.


Você me bastaria

Ainda procuro notícias de amigos que se foram sem se despedir.
Deixa-me crer, que Tu me bastas.
Deixa o tempo provar que sempre esteve ao meu lado.
Enquanto a resposta para o porquê da solidão não chega
Eu imagino o futuro desejando um presente diferente.
Quantos momentos assim ainda serão necessários?
Quando o meu coração vai se contentar única e exclusivamente com o teu amor?
E por acaso mentiu o Senhor pra mim, quando me vi cercada de tanta gente?
“Acabou a solidão” pensava entre gargalhadas nos cafés da manhã.
Mas chegaram os dias em que elas não me bastavam.
O meu vazio sempre foi de Ti
Refrigera a minha alma e deixa-me anunciar a tua graça como nunca antes na minha existência.
Por que só assim serei completa,
Só assim tu serás o meu lar.
O lugar que eu descanso, em que eu me abrigo sem sentir vazio.
Vai e volta
Parece tudo encenado
Quase um teatro manipulado.
Quer saber mesmo onde está o meu coração.
Não se assuste Efraim, eu me compadeço de ti.
Ah quem me dera mudar da noite para o dia
Quem me dera.
Não deveria olhar para os lados
Não deveria me importar com os assombros do coração
Deveria correr para os teus braços Oséias
Você me bastaria
Só você me bastaria.

sábado, 26 de março de 2011

Sinceridade individual x Religiosidade Coletiva



Conversando sinceramente com Deus percebi que não era tão sincera assim.
Dia desses lendo um texto de Samuel Boss falando de sinceridade com Deus, vi com mais clareza o que andei me questionando nos meus dias de deserto.
Eu, junto com tantos pastores, músicos, missionários...Enfim, uma gama de pregadores e evangélicos por toda à parte levantam a bandeira da sinceridade com Deus.
Acho ótimo! Mas na prática é um pouco diferente.
Para muitos, a sinceridade ainda fere a santidade de Deus e o que Tiago escreveu dizendo: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados” parece um pouco distante das Igrejas de hoje em dia. Não por falta de vontade, mas por falta de coragem! Falta amor de um irmão para com o outro e os fariseus ainda andam por toda a parte prontos para fazer o verdadeiro inferno da vida daquele “irmãozinho” que resolve confessar a maldade do seu coração.
A sinceridade vestiu a máscara da hipocrisia e virou clichê.
Seu choro é sincero? Seu “glória a Deus” tem verdade? E se você não sentir no seu espírito a vontade de levantar as mãos ou pular como aquele cantor gospel tão famoso?
“Ah, mas o fulano é ungido o ministério dele é gigante os seus louvores tocam pelo país afora! Eu é que devo estar fraco espiritualmente, o capeta tá querendo me derrubar!”
Nunca valorizei tanto a sinceridade individual, ela é oposta a religiosidade coletiva. E quando me recolho em mim, quietinha, posso sentir sim, em meio a glórias a Deus e Aleluias que Ele passeia sondando os corações.